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De origem e tradição sertaneja, os Bacamarteiros, em apresentação simbólica, evocam e representam as guerras acontecidas no passado. Os grupos são formados por atiradores de bacamarte e divididos em “tropas” sob o comando do “Sargento” e, acompanhados por zabumbas e bandas de pífano realizam coreografias, detonando grandes cargas de pólvora seca em homenagem aos santos padroeiros.

Os Bacamarteiros usam trajes típicos, roupas de zuarte, chapéus de couro, alpercartas e cartucheiras de flandre e fabricam suas próprias armas e a pólvora usada nas apresentações. Nos efeitos mágicos dos estampidos dos bacamartes reafirma os seus grandes feitos heróicos em refregas e escaramuças de antigas guerras.
Ato popular-profano-religioso, formado por grupos de músicos, cantores e dançarinos que percorrem as ruas batendo de porta em porta para anunciar a chegada do Messias e pedir donativos. É representado no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro em louvor dos três Reis Magos. Vestem-se com saiotes de cetim colorido e adornado com galões dourados e prateados, chapéus de abas largas enfeitados com pedaços d espelho, flores artificiais e fitas de cores variadas.

Alguns dos personagens portam espadas prateadas. Existem muitas variações de Reisado, como os “Guerreiros”, as “Folias do Rei”, o “Boi de Reis”. Os cânticos são acompanhados de sanfona, pandeiro, viola ou rabeca. São personagens o Rei, a Rainha, o Mestre ou Secretário de Sala, Contra-Mestre e Palhaços. Algumas apresentações incluem a “Farsa do Boi”, onde é simulada a matança e ressurreição do boi. Durante as apresentações, os dançarinos entregam presentes como lenços, espadas e chapéus, para depois recolheres com gorjetas.
Folguedo popular inspirado nas lutas de cristãos contra os mouros. Teve início na Península Ibérica e chegou ao Nordeste brasileiro através dos colonizadores portugueses.

A Cavalhada é composta por doze cavaleiros, divididos em duas equipes, diferenciadas pelas cores vermelho e azul que ostentam nas lanças, chapéus e lenços, bem como nos cavalos. Os grupos de cavaleiros desfilam com pomba até o local da disputa.

Perfilados a cerca de 200 metros dos mastros que sustentam uma argola suspensa no ar, os corredores iniciam a disputa: lança empunhada, o cavaleiro parte em disparada na tentativa de retirar a argola. Os acertos são saudados com aplausos. Durante a apresentação, os cavaleiros amarram uma fita colorida na ponta da espada e escolhem alguns dos presentes para oferecê-las em troca de gorjetas. No dia 31 de janeiro de 1898, Cesário já residia em Penedo, na rua da Santa Cruz e entrou para a oficina do Mestre Júlio Phidias, situada na Praça Jácome Calheiros, antigo Largo de São Gonçalo do Amarante, depois Praça Valentim Rocio. O seu progresso foi rápido em assimilar os ensinamentos do Mestre Phidias. Diante do que acontecia com Cesário, o seu irmão que residia na capital federal, José Procópio dos Mártyres, enviou todo o material para que ele montasse sua oficina que foi na Rua 7 de Setembro, antiga Rua do Convento, nos baixos de um velho sobrado. Isso aconteceu em 1904, todavia, Cesário continuou a trabalhar com o seu Mestre Júlio Phidias até 1910. Cesário em sua mocidade foi atuante na sociedade penedense. Chegou a ser membro do Clube Carnavalesco Agonia, pertenceu à Sociedade R. F. Flor da Mocidade Penedense e do Montepio dos Artistas. Era um jovem elegante e não deixava o fraque e a cartola nos encontros sociais.
É um bailado popular composto de páginas dos feitos náuticos lusitanos, no qual se apresenta, em forma de auto popular, a conversão do infiel à religião católica romana. Os personagens da Chegança, homens simples caracterizados de marinheiros, capitaneados pelo velho pescador Manoel Inácio, entoam hinos e glosas populares de sabor luso, ao som de pandeiros e castanholas.

Esse auto popular em seu lado profano e satírico, representado pelo exibicionismo dos personagens jocosos, envolvendo a platéia presente em seus folguedos e brincadeiras.
Auto popular para homenagear o nascimento de Jesus. As pastoras, moças vestidas de azul e encarnado, forma duas fileiras ou cordões separados pela Diana, que é vestida metade azul e metade encarnado. O cordão encarnado é puxado pela Mestra, o cordão azul pela Contramestra, que tocam pandeiros e maracás e cantam músicas louvando o nascimento de Jesus.

Antigamente, o Pastoril era acompanhado por uma orquestrinha de pistão, clarinete, trombone, bombardino e bombo. Apresentam-se em tablados rústicos enfeitados com cordões de bandeirolas recortadas em papel colorido. Nessa representação o forte é a participação do público que manifesta sua preferência pelo cordão azul ou encarnado
O Coco de Rodas é originário do litoral nordestino. A dança é formada por um círculo onde os pares sapateiam, pisoteando forte e cadenciado ao ritmo ditado pelo “tirador”, acompanhado de um ganzá. Os pares se permutam trocando umbigadas, dançando tomados pelo vigor e resistência, muitas vezes até o amanhecer. Também é conhecido com Roda de Samba do Coco.
A Ciranda é uma dança popular que surgiu no litoral do Nordeste. É uma mistura de canto e dança onde se reúnem homens e mulheres, crianças e adultos de pés descalços. Formam uma roda ondulante que se entrelaça em movimentos marcados pela batida do bombo ou zabumba e vai rodando em ritmo cadenciado, marcando os passos à semelhança do balanço das ondas do mar. Um Mestre Cirandeiro é encarregado de “tirar as cantigas”, improvisar versos e presidir a festa.

Esse auto popular em seu lado profano e satírico, representado pelo exibicionismo dos personagens jocosos, envolvendo a platéia presente em seus folguedos e brincadeiras.
Grupo folclórico de representação dos costumes e práticas dos bandos de cangaceiros que viveram no Sertão nordestino durante o chamado “Ciclo do Cangaço”. Lampião e Maria Bonita são os principais personagens.

Trajam roupas da época, chapéus de couro, alpercatas. Apresentam coreografias que representam as escaramuças dos cangaceiros com as volantes policiais. O grupo é acompanhado por bandas de pífano e dançam xaxado e baião.
As Bandas de Pífano são encontradas principalmente nas cidades ribeirinhas do São Francisco e se apresentam nas festividades religiosas e populares. Na região do Baixo São Francisco é presença marcante nas festas do Bom Jesus dos Navegantes. São formadas por flautistas “tocadores de pífano”, acompanhados por instrumentos de percussão: zabumba e caixa.

O pífano é um flautim tosco, confeccionado em madeira ou metal, cuja origem remonta à antiga Roma. Suas músicas, compostas de memória pelos mestres, denotam em suas melodias espontâneas, singeleza e harmonia, um misto de emoção e espiritualidade.
O Forró tem suas raízes fincadas no Nordeste. Não se sabe ao certo quando, como e onde ele apareceu. Alguns autores defendem a idéia de que a palavra “forró” deriva-se da expressão “For All”, escrita pelos ingleses nas portas dos bailes e que significa “para todos”. Esses bailes aconteciam em Pernambuco, no início do século XVIII, na época da construção das ferrovias e a frase significava que todos podiam entrar e participar das festas que tinham ritmos parecidos com o forró de hoje em dia.

Outros acreditam que a palavra “forró” se origina dos bailes aos quais o povo costumava chamar de “Forrobodó”, expressão que em dialeto africano significa festa, bagunça, e que, com o tempo, acabou chamando-se simplesmente Forró.
Frevo é um ritmo típico do carnaval pernambucano e sofreu influência musical do maxixe, da polca, do dobrado, do pastoril e da modinha. Dessa mistura surgiu uma música explosiva onde os metais são os instrumentos principais. As composições têm nomes como Furacão, Metralhadora Pesada, Madeira que Cupim Não Rói, Segura Essa Brasa, Arreliado, etc...

Com o frevo dança-se o “passo”, onde a regra é o livre arbítrio e suas figurações marcam coreografias que exigem verdadeiros malabarismo dos passistas. Alguns passos têm nomes apropriados como “dobradiça”, “parafuso”, “saca-rolha”. Muitas agremiações, algumas centenárias, percorrem as ruas pernambucanas transformando o carnaval de Pernambuco em um grande espetáculo mundial.
É um auto de origem africana que representa a coroação dos reis do Congo, adaptada aos moldes da monarquia portuguesa. A Congada desenvolve um enredo curioso e muito complexo, intimamente ligado a elementos do totemismo. Os personagens mais significativos são o rei, a rainha, o príncipe e o feiticeiro. Em torno desses personagens agrupam-se princesas, damas de honra, capitães, capatazes e guerreiros.

Através de cantos e danças, acompanhados por pandeiros, ganzás, agogôs, tamborins, marimbas e pianos de cuia, é contada a história do congo, seus feitos soberbos, embaixadas e lutas. A congada é também conhecida como “Coração do Rei do Congo”.
É um dos mais antigos bailados populares do Brasil, evidenciado por sua origem de influência indígena. Seus componentes trajam tangas, enfeites e cocares de penas de aves, portando arco e flecha, utilizados para a marcação do ritmo da dança. São acompanhados por um “terno”, grupos de músicos, ao som dos pífanos e instrumentos de percussão: ganzá e caixa-surdo.

Os caboclinhos são um dos componentes folclóricos mais importantes do carnaval nordestino. Sua coreografia bizarra e seus ritmos peculiares representam os ciclos da vivência indígena: a caçada, a colheita, as batalhas e as vitórias do seu povo.
De inspiração no catolicismo alegórico da Idade Média, o Mamulengo originou-se da tentativa de conferir animação aos bonecos que representavam os personagens dos presépios. Dos pátios das igrejas, transfere-se para as praças públicas. Os bonecos, confeccionados em madeira e tecido, passam a representar os fidalgos e a classe dominante. O Mamulengo é um teatrinho que se apresenta nas festas populares da zona rural ou urbana.

No Nordeste, curiosamente, a quase totalidade dos personagens é composta por negros, à exceção de Mané Redondo, que é branco e representa sempre o papel de vilão nas estórias. O eterno herói é Negro Benedito, com seu código de honra e as boas ações. As peças apresentadas, embora obedeçam a um roteiro, são quase sempre improvisadas e acompanham a reação do público espectador.
Folguedo característico do período de festas juninas. A dança é uma representação popular dos luxuosos bailes de casamento da aristocracia européia. Dança-se em pares formando duas alas. O primeiro par de cada ala representa o guia, o que deve conduzir os demais. Enquanto isso, o marcador da quadrilha vai anunciando os passos numa terminologia peculiar, de origem francesa: “anarriê”, “alavantu”, etc...

Antes de iniciar a dança, faz-se a simulação de um “casamento matuto”, onde o casal, acompanhado dos pais, do padre, do juiz, dos padrinhos e de um delegado. Durante a “cerimônia” ocorrem muitas brincadeiras e ditos jocosos de sabor popular.
As Rodas de São Gonçalo do Amarante ou “Dança de São Gonçalo” acontecem durante a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Participam desta dança as moças “casadouras” da cidade, que em pares e vestidas de branco empurram um arco ornamentado de flores e fitas. Após a missa matinal, as moças saem da igreja pelas ruas em cortejo, cantando loas ao santo casamenteiro, acompanhadas de músicos tocando violas, rabecas, violões e pandeiros. A dança se estende pela noite, em frente às igrejas ornamentadas com arcos e flores iluminados por velas acesas.

Há variações nos grupos folclóricos nos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe. Em Alagoas, onde ultimamente não se tem notícia da realização do evento, a dança incorpora elementos litúrgicos. Em Pernambuco, as moças vestem-se de saias azuis e blusas brancas. Na Bahia, a indumentária é livre. Em Sergipe, a tradição tem a referência a um padre português. O grupo é conduzido por um mestre que toca a “meia-cuia” e dois guias. A dança é executada em nove rodas, divididas em treze partes, apresentando coreografias diferenciadas. A indumentária é livre.
É a mais tradicional festa do Ciclo do Gado nordestino. Tem suas origens nas práticas arrojadas do campeio. A vaquejada é realizada em locais apropriados, denominados “Parque de Vaquejada” e reúne um grande número de espectadores que torcem pela vitória de seus vaqueiros preferidos.

A vaquejada consiste na derrubada do boi ou novilho em disparada, pelo vaqueiro montado em seu cavalo que corre no encalço do novilho para segurar-lhe o rabo manejando a queda da presa. As pelejas acontecem em meio a diversas festividades populares, atraindo um grande público nas localidades onde se realizam.
Chamados também de “violeiros”, os “repentistas” são figuras típicas do folclore, respeitadas e admiradas pela habilidade com que compõem versos de improviso.

Os violeiros apresentam-se individualmente ou em pares, tocando suas violas e cantando o “repente”. Nos festivais de repentistas ocorrem as pelejas e desafios entre os violeiros mais hábeis.